domingo, 5 de fevereiro de 2017

eu grito em português...

trabalho em uma revista, ainda, e nela tem uma página onde é traçado o perfil de um convidado(a) e rola aquela espécie de 'ping-pong', meio que Marília Gabriela: uma viajem inesquecível, um livro que mudou sua vida, um sonho de consumo não realizado e etc. essas coisas e tal. Mas uma das perguntas que sempre me intriga é a seguinte: 'com quem você gostaria de conversar por horas e horas?' Bem, eu sou fiel aos meus ídolos, mas levando em conta que esse é o tipo de pergunta que não permite uma tríplice resposta, eu pediria licença a Renato Russo e Chico Science e, hoje, responderia na lata: Belchior. Não que as angústia do Sr. Manfredini, ou a inquietude e agitação de Chico não me interessem mais, longe disso, mas o fato é que de uns tempos pra cá venho dialogando mais com Bel (me sinto íntimo para tal), procurando compreender que eu não posso cantar como convém, admitindo que esses casos de dinheiro e de família eu talvez nunca vá entender bem, tentando criar coragem pra arriscar tudo de novo com paixão, mas no fim das contas concordando com ele que ao vivo é tudo muito pior. Por vezes eu até já pensei em fugir de casa também, sumir, que nem ele fez, mas aí entra a parte que eu lembro que moro sozinho. Tá bom, foi um pouco dramático isso, é que sempre é dia de ironia no meu coração...

| ao som de 'não leve flores' - Belchior, faixa 07 do álbum 'Alucinação' |

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