segunda-feira, 20 de março de 2017

cartas que nunca vão chegar...

o que eu tenho em Teresina são duas amizades, e isso é tudo que consegui construir ao longo de 33 anos. O Rafael, uma dessas duas, me chamou pra sair na sexta passada, ele ia assistir a um show, em um bar, de abertura do novo projeto do Humberto Gessinger. Eu não fui, não pelo show em si, mas por conta do meu bloqueio e etc., etc. e tal. O fato é que eu pensei em questionar o Rafael, e já até fiz isso outras vezes, meio que dizendo, querendo explicar pra ele que o mundo da música é maior que ficar bitolado em um cara só, de um artista que, queira ou não queira, tem uma linha de composição que você saca só de ouvir os arranjos, por exemplo. Isso nem é uma crítica ao Humberto em si, longe disso, admiro demais o trabalho dele e nem teria bagagem para tal. Minha vontade era apenas de dizer pro meu amigo se permitir outros sons, ouvir coisas novas, ir atrás de algo que fugisse do lugar comum. Mas aí eu fiz uma coisa incrível: parei e pensei. É, parei e pensei, pasme. Me questionei: 'quem diabos sou eu, nessa merda de vida que ando levando, pra dizer ou pedir pra alguém se permitir algo novo?' Não mesmo garoto Airlon, não mesmo. Você não tem moral nenhuma pra isso. Segue aí ouvindo o Gessinger mesmo, Rafael...

| ao som de 'dentro' - Bruno Souto, faixa 02 do álbum 'Estado de Nuvem' |  

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